terça-feira, 25 de outubro de 2011

Campanha "Cabeleireiros contra a Aids" lança calendário 2012 no Rio

Mais uma vez, pelo quarto ano seguido, a Fundação L’Oréal em parceria com a Unesco e apoio do Ministério da Saúde, lança o calendário da campanha Cabeleireiros contra Aids, no qual artistas e badalados cabeleireiros na luta contra o HIV. No calendário, 12 fotos clicadas por Nana Moraes e Daniel Mattar com personalidades conhecidas por todos os brasileiros e looks feitos por diferentes cabeleireiros de distintas partes do país. Em cada mês, uma mensagem de prevenção sobre o HIV/Aids.
Wanderley Estrella e Bruna Linzmeyer durante a produção das fotos para o calendário. Foto: Nana Moraes/divulgação
Com o slogan "Quem cuida da beleza, cuida da saúde", os artistas vestem a camisa da campanha, criada especialmente para o projeto pelo estilista carioca Carlos Tufvesson. Entre as celebridades que participaram desta edição estão Reynaldo Gianecchini, Larissa Maciel, Daniela Escobar, Geovanna Ewbank, Caio Blat, Bruna Linzmeyer (na foto), Lavínia Vlasak, Camila Pitanga, Monique Alfradique, Tainá Muller e Fernanda Tavares. O time de cabeleireiros inclui Jô Nascimento, Wanderley Estrella, Hans Haln e assistente Ely Rodrigues, Ivaldo Lima, Silene Olmo, Matheus Vieira, Célio Faria, John Miyata, César Augusto, Claus Borges, João Coscardo e Edy Clemente.
Cada calendário será vendido por R$ 10 e toda a renda arrecadada será revertida para a Sociedade Viva Cazuza. O lançamento do Calendário 2012 será dia 7 de novembro, no Shopping Leblon, no Rio de Janeiro.
Os calendários poderão ser adquiridos nos melhores salões de beleza do Brasil, cujos endereços poderão ser encontrados no site da campanha (www.cabeleireiroscontraaids.com.br), ou pelo site da Sociedade Viva Cazuza (www.vivacazuza.org.br).

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Preparar a volta

Nos últimos dez meses este blog ficou em silêncio. Estive, como sabem alguns leitores, dedicando todo o tempo à minha pesquisa de mestrado.

Brevemente, porque ainda não elaborei um relatório completo nem um artigo com os resultados, posso dizer que em “Constelações sociais no ciberespaço positHIVo: as comunidades virtuais como espaços de promoção da saúde das pessoas que vivem com HIV/AIDS”, estudei as interações de pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA) em fóruns de discussão de duas comunidades virtuais específicas no Brasil.

Agora começo a pensar em escrever aqui novamente. Ainda que essa retomada possa incluir um outro espaço, não dá pra desprezar o espaço deste blog, que mesmo parado, só no mês de agosto recebeu mais de 1,5 mil visitas. Cerca de 50 pessoas chegam aqui diariamente procurando por informações as mais diversas sobre HIV e Aids.

Enquanto penso, vou atualizar a coluna direita. A blogosfera positHIVa deve ter algumas novidades e uma reorganização, entre outras mudanças já nos próximos dias.  

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Brasil marca Dia Mundial de Luta contra a Aids

O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde lançou na manhã desta quarta-feira (01/12), campanha em alusão ao Dia Mundial de Luta contra a Aids. A campanha estreia hoje no intervalo do Jornal Nacional, na Rede Globo. Abaixo, o vídeo.



Também foi disponibilizado o vídeo do making off das fotos que 15 jovens que vivem com HIV/AIDS fizeram com artistas de renome nacional, como Rodrigo Santoro, Reynaldo Giannechini e Adriana Esteves, entre outros.


Além disso, o diretor executivo do Programa das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) fez questão de passar o dia de hoje no Brasil. Em Brasília, Michel Sidibé prestou homenagem ao presidente Lula, pelo pioneirismo brasileiro no combate à epidemia. Ontem, o UNAIDS divulgou vídeo intitulado Words and Actions (Palavras e Ações). Produzido em inglês, mas de fácil compreensão o programa das Nações Unidas tem sublinhado as palavras "prevenção" e "revolução", em alusão à revolução que a sociedade pode fazer na prevenção do HIV. Vale a pena ver o vídeo.


Aos 30 anos, o HIV foi o vírus que mais cedo obteve respostas em toda a história da ciência. Entretanto, sua virulência talvez pudesse ter sido menor se a própria ciência não tivesse, a princípio, rotulado a Aids como uma doença de homossexuais, usuários de drogas injetáveis, profissionais do sexo, haitianos e, posteriormente, de hemofílicos.

É desse rótulo a responsabilidade pelo estigma provocado pela síndrome e muito ainda teremos de trabalhar para que o estigma seja minimizado. Entretanto, ficam algumas palavras do diretor do Departamento de Aids do Ministério da Saúde, que vi agora à tarde na Globonews: "Ninguém fala mais em risco. Ninguém mais se vê em risco. As pessoas olham para outras, bonitas, limpinhas e bem vestidas e não acreditam no risco ao qual se colocam".

As frases são excelentes. Basta que não confundamos risco de infecção pelo HIV com grupo de risco ao HIV, o que são conceitos completamente diferentes. Como gosto de dizer, "amor e paixão não protegem ninguém. Mas a camisinha protege". Tente você também.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Artistas posam com jovens com HIV contra o preconceito

Nesta quarta-feira, dia 1º de dezembro, o Ministério da Saúde lança mais uma campanha em comemoração ao Dia Mundial de Luta contra a Aids, o que se tornou um bom motivo para atualizar o blog, que desde junho não tem atualização.


Na segunda semana de novembro, artistas como Bruno Gagliasso, Adriana Esteves, Reynaldo Gianecchini, Cauã Raymond, Graziela Massafera, entre outros, posaram para fotos com 15 jovens de todo o Brasil que vivem com HIV e Aids. Os artistas foram fotografados em cenas de abraço, de beijo, enfim, de afeto, e representam proximidade e solidariedade. A ideia é demonstrar que amor, carinho e respeito não transmitem Aids. As fotos da campanha resultarão numa exposição itinerante que vai percorrer o país, a começar por Brasília e Fortaleza.


Com o tema “Somos Iguais. Preconceito não”, a ação visa desfazer mitos da população brasileira, revelados nacionalmente por meio de pesquisa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, sobre comportamento sexual da população brasileira, segundo a qual 13% acreditam que uma professora portadora do vírus da Aids não pode dar aulas em qualquer escola, 22,5% afirmam que não se pode comprar legumes e verduras em um local onde trabalha um portador do HIV, e 19% acreditam que, se uma pessoa de uma família ficasse doente de Aids, não deveria ser cuidada na casa da família.


Aos nove anos ela contraiu HIV porque ainda tomava o leite da mãe. Amanda Andrade (na foto, com Reynaldo Gianecchini), de 18 anos de idade, é moradora de Florianópolis (SC). Ela perdeu a mãe por conta da Aids, trabalha, tem namorado e leva uma vida como a de qualquer jovem. Hoje nem toma mais antirretrovirais, pois sua carga viral está em níveis estáveis.


Por ano, são registrados cerca de oito mil casos de Aids em jovens de 13 a 29 anos. Embora tenham a doença, têm também vida e muitos desafios pela frente. Conseguir um trabalho, manter os laços de amizade com os familiares e amigos e serem enxergados como qualquer jovem e não como diferentes. (Fotos: Magda Fernandes / Ascom-Aids)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Jogo online do Yahoo doará até US$ 100 mil contra a Aids na África

Hoje foi o dia da abertura da Copa do Mundo. Por isso, com sua ajuda, o Yahoo! fará uma super contribuição para a campanha (RED)™ para combater a epidemia de Aids na África. Isso acontecerá por meio do jogo online Yahoo! Penalty. Para cada gol marcado nesta sexta, dia 11 de junho, o Yahoo! fará uma contribuição de 1 dólar (até o limite de US$ 100 mil) para a campanha contra a Aids em toda a África.

O jogo inovador deixa você brincar de bater pênaltis com outros usuários do Yahoo! do mundo todo. O jogo é gratuito e continuará durante a Copa. E ao final da competição online, os dois líderes mundiais na pontuação viajarão para o Rio de Janeiro, Brasil, para competirem em uma disputa de pênaltis ao vivo com o famoso goleiro inglês David Seaman, em busca do Passaporte Yahoo! Esportes, que dará direito a passagens e ingressos para jogos nos próximos quatro anos até a Copa do Mundo no Brasil, em 2014.

Você pode acessar o jogo pelo link http://bit.ly/brjoinred. Divirta-se a vontade para ajudar na campanha. Faça bons gols.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Como vai a vida?

Aproveito o tempo de ida e volta entre o Rio e Brasília para atender ao pedido do Francisco, um leitor que na página mais visitada destas SaudAids pediu que eu contasse como anda minha vida, os resultados dos meus exames, essas coisas. As respostas a dúvidas sobre Aids, que publiquei em 01 de abril de 2008, é a postagem mais visitada do blog, primeiro resultado no “oráculo” Google para a pergunta “quanto tempo vive uma pessoa com HIV” e correlatas. É também a página que mais me dá trabalho aqui. Dificilmente uma semana se passa sem que eu receba um e-mail avisando que há uma nova questão a ser respondida naquela postagem.

Quem entra só pelo endereço do blog pode até pensar que ele foi abandonado, o que não corresponde à realidade. É verdade que ele está meio abandonado. Meio. Como leitores mais assíduos sabem, estou fora de São Paulo, cidade onde nasci e morei até agosto do ano passado, quando vim fazer um mestrado no Rio.

PG
Muita coisa mudou nesse tempo. Mudei bastante a alimentação. Da comidinha e o suquinho religiosos da mamãe pra almoços e jantares sem hora muito certa e comida em pé entre uma aula e outra. Intermináveis viagens noturnas do Rio a São Paulo e vice-versa. Sair de uma aula no Rio às 5 da tarde de uma quinta-feira, pegar um ônibus às 6, chegar a uma da madrugada em Sampa. Depois, voltar no último ônibus da madrugada de terça, chegar pela manhã no Rio com a avenida Brasil congestionada, passar em casa e ir direto pra aula...

Ainda que essas viagens não sejam tão constantes assim, elas cansam... E não representam, de forma alguma, um final de semana prolongado em casa. Até pode ser prolongado. Mas os textos e livros vão junto porque preciso participar das aulas. Agora, as viagens ficarão ainda mais raras, já que estou cumprindo créditos no laboratório de Comunicação e Saúde, aprendendo a coletar dados secundários em pesquisa. Mas o que importa é que estou feliz, apesar da correria.

Saúde
Aliás, como a correria de hoje. Como represento a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS no Grupo Temático ampliado do Programa Conjunto das Nações Unidas (UNAIDS) no Brasil, a cada três meses tenho de fazer uma maratona como a de hoje: acordar às 5h30 para estar no aeroporto uma hora depois e pegar o voo das 7, 7h30 para Brasília, onde tenho duas reuniões e volto no mesmo dia.

Chego 10, 11 da noite em casa, morto de cansaço. Mas é minha função como representante de uma rede nacional. O problema é que ainda tem pessoas que dizem que a gente não faz outra coisa senão “bater cabelo” pelos aeroportos do país afora.

Diante desse panorama, era de se esperar que minha saúde estivesse ruim. Não está. Nem é das melhores. Mas não é das piores. Da última vez que fiz meus exames de rotina, o CD4 estava na faixa dos 600. A carga viral que tinha subido. De indetectável (menor que 50 cópias), passou para 57 cópias. Apesar da falta de regras alimentares, o colesterol estava baixo. Só o triglicérides que havia subido um pouco. Mas minha médica disse que só iria considerar se na próxima bateria de exames as taxas se mantivessem altas. Ah, isso sem contar a vida sedentária, sem exercícios físicos, um agravante não recomendável. Os próximos resultados dirão.

Love, love, love
Já fiz essa bateria de exames, mas só volto ao médico em 25 de junho. Aliás é outra coisa que mantenho em Sampa: meu tratamento. O Rio é caótico em matéria de assistência às pessoas que vivem com HIV/AIDS. Hoje propus à diretora do Departamento de Aids do Ministério da Saúde que promovesse uma recentralização da assistência em Aids no estado do Rio de Janeiro.

Pra você ter uma ideia, há algumas semanas o jornal O Dia publicou que nos serviços de Aids de Copacabana e do centro da cidade, na capital carioca, cinco infectologistas deveriam atender 5,5 mil pessoas cadastradas, o que dá cerca de 1,1 mil pessoas em seguimento clínico por um especialista. Isso significa que num mês de 20 dias úteis, um médico tem de atender a 27,5 pessoas que vivem com HIV/AIDS por dia, levando em conta uma consulta a cada dois meses, como faço. A recentralização estadual (ou intervenção federal) foram descartadas. Mas alguma coisa tem de ser feita para além das conversas do governo federal com Estado e município.

Pra tudo isso, é preciso paixão. Muita paixão. E o coração fica sempre muito sozinho. Também, neste quesito, não dá mais pra esperar rejeição. Se alguém sabe a melhor hora de contar a um(a) parceiro(a) que vive com HIV/AIDS, aproveita e me conta. A gente nunca sabe. Pra cada pessoa um tempo. Aí, diante disso, resolvi dedicar aos amigos, à família e aos estudos o amor, o afeto e o carinho.

É claro que não é igual (nem parecido) com tomar um chocolate quente acompanhado, debaixo do cobertor, numa noite fria de inverno. Ou molhar o lençol de suor durante uma sessão de sexo e prazer com a pessoa amada. Mas é assim mesmo. Um dia a gente encontra a outra metade. Ou não. Afinal, a vida é isso aí.

sábado, 22 de maio de 2010

Isto

Redemoinha o vento,
Anda à roda o ar,
Vai meu pensamento
Comigo a sonhar.

[...]

Vai saber de eu ser
Aquilo que eu quis
Quando ouvi dizer
O que o vento diz.

Fernando Pessoa: 5-9-1933.