terça-feira, 25 de novembro de 2008

Campanha do Dia Mundial ou do Carnaval?

Foi lançada na manhã desta terça-feira no auditório Emílio Ribas, sede do Ministério da Saúde, em Brasília, a campanha do Dia Mundial de Luta contra a AIDS de 2008. Com foco nos homens com mais de 50 anos, a “Campanha Clube dos Enta” tem por slogan as frases “Sexo não tem idade. Proteção também não”.

A escolha dessa faixa etária, principalmente homens, como “público-alvo” para a campanha deveu-se à incidência de AIDS ter mais que dobrado nos últimos dez anos, de 7,5% em 1996 para 15,7% em 2006, segundo dados do Programa Nacional de DST e AIDS (PN-DST/AIDS) do Ministério da Saúde nesta população.



Veiculado a partir do último domingo na TV, o filme não traz inovações tecnológicas, estéticas ou novas informações, e é apenas bem feito. Mas, o que mais incomoda é que a peça publicitária parece ter sido produzida para a campanha de Carnaval. Para justificar o título da campanha – o clube dos “enta” –, são utilizadas rimas como ‘cumprimenta’, ‘polenta’, ‘pimenta’, ‘menta’, ‘aposenta’, ‘aumenta’, ‘cinqüenta’, ‘sessenta’, ‘setenta’, ‘aparenta’, ‘experimenta’, ‘presidenta’. O preservativo é mostrado apenas duas vezes: a primeira, quando um dos sócios do clube diz que “com camisinha a segurança aumenta”, e quando todos mostram a camisinha e dizem em coro “experimenta”.

Entram para o clube dos “enta” as pessoas que chegaram aos quarenta. Aí é perdida a oportunidade de mostrar as pessoas que têm envelhecido com AIDS, infectadas nos primeiros anos da epidemia que ainda resistem aos efeitos do vírus e dos medicamentos. Nas campanhas de 2006 e 2007, não foram esquecidas as pessoas com HIV, que – tanto as vivas quanto as que já se foram – deveriam ser lembradas no dia 1° de dezembro.

Outro problema é a falta de realismo da campanha. Homens da faixa etária “alvo”, além de não terem o hábito do uso do preservativo, também são mais reprimidos quando falam de sexo. O que sobra na rima falta no didatismo.

Assim, talvez fosse mais interessante dizer que não é só de medicamento para disfunção erétil que faz uso essa faixa etária, como também as garrafadas com misturas a base de catuaba e outras ervas ditas afrodisíacas e que, uma vez ereto, o pênis requer o uso de preservativo para preservar a espécie.

Por fim, faltou um pouco de referencial teórico para dar substância às rimas fáceis. Até mesmo pra explicar o porquê da combinação de polenta e chiclete de menta com camisinha.

PS: Para acessar cartazes, spots de rádio, dados e informações oficiais da Campanha do Clube dos Enta, visite o hotsite do Dia Mundial de luta contra a AIDS - 2008, do PN-DST/AIDS.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Programa de AIDS lança filmes para salas de espera

O Programa Nacional de DST e AIDS (PN-DST/AIDS) do Ministério da Saúde lança amanhã (06/11) às 19 horas, em Brasília, a série de documentários “Histórias de todos nós”. O lançamento faz parte da programação oficial da 8ª ExpoEpi - Mostra Nacional de Experiências Bem-sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças.

Os documentários misturam testemunhais e reportagens com cidadãos e cidadãs comuns. “Reunimos depoimentos de pessoas comuns para criar empatia e identificação em quem assiste ao filme. Assim, trabalharemos para reduzir estigma em torno das doenças”, afirma Mariângela Simão, diretora do PN-DST/AIDS.

Dos sete documentários produzidos, três já estão integralmente disponíveis no You Tube. A série “Histórias de todos nós” reúne filmes sobre prevenção, diagnóstico e formas de transmissão da AIDS e de outras DST (doenças sexualmente transmissíveis).

Versões compactadas, de um minuto e meio, serão encaminhadas também às emissoras públicas de televisão para que os filmes sejam incluídos em suas programações. “Essa é uma forma de ampliar a audiência dos materiais e a oferta de informações com qualidade sobre DST, HIV e AIDS para a população”, explica Mauro Siqueira, produtor e diretor da série.

Os documentários produzidos abordam os seguintes temas: “Pega ou não pega?”, “DST” (dos vídeos disponíveis é o único em que há um erro nos caracteres), “Transmissão Vertical”, “Fique Sabendo”, “Preconceito”, “Vivendo com HIV/AIDS” e “Redução de Danos”, cujo vídeo disponibilizo abaixo.



Os materiais produzidos serão exibidos em salas de espera de serviços de saúde de todo o país e em outros locais onde a discussão sobre os temas podem ser estimuladas. Nessa primeira edição, 20 mil cópias serão encaminhadas aos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e Unidades Básicas de Saúde (UBS), que dispõem de estrutura.

Interessad@s podem encaminhar solicitação de cópia para a Assessoria de Comunicação do PN-DST/AIDS pelo e-mail publicidade@aids.gov.br. Depois do lançamento, os vídeos estarão disponíveis na página do MediaCenter do portal do PN-DST/AIDS.

Na minha modesta opinião, os vídeos são muito bem feitos e devem, segundo expectativas pessoais apresentadas no trabalho de conclusão de curso de pós-graduação em Comunicação e Saúde, facilitar o entendimento d@s usuári@s dos serviços de saúde sobre as questões que muitas pessoas têm medo de fazer aos médicos.

P.S.: Como os links dos vídeos estavam errados, como apontado pela amiga Mié em seu comentário, fiz o link diretamente do Media Center do PN-DST/AIDS. Peço desculpas pelo contratempo.