domingo, 19 de outubro de 2008

O drama nosso de cada dia

Logo cedo recebi um pedido de amizade no orkut. Entrei num perfil vazio, sem amigos ou comunidades. O autor dizia que havia feito a página para encontrar novos amigos, e que estava desesperado. Deixei um recado e imediatamente recebi a resposta. Não é a primeira vez que isso acontece. É a repetição de uma situação parecida, ocorrida meses atrás, que exceto uma ou outra especificidade têm a mesma faixa etária, orientação sexual e ocorrência: infecção sexual em relação afetiva. Nem o amor nem a paixão previnem o HIV.

Em ambas soube de mais detalhes minutos depois pelo MSN. Se na anterior o diagnóstico positivo para HIV estava confirmado, nesta apenas o diagnóstico do outro por enquanto é positivo. Há outras histórias...

A repetição do modelo de aproximação traz consigo a reflexão do diagnóstico positivo. Não tenho mais a menor idéia do que eu seria se não tivesse sido infectado pelo HIV aos 20 e poucos anos. Mas certamente, tive de mudar todo o meu projeto de vida, ainda que cada vida tenha uma história.

Passados quase três décadas de epidemia, as pessoas ainda não aprenderam a perceber a própria vulnerabilidade.

Pré-titulação
Finalmente, terminei meu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação. Tinha três opções: uma monografia, um plano de comunicação e um projeto de pesquisa de mestrado. Escolhi o último. Nele, proponho um estudo de viabilidade do uso da televisão com transmissão de programas específicos em salas de espera de serviços de saúde.

Nos serviços de atendimento a pessoas com HIV e AIDS, por exemplo, onde a maioria dos usuários tem de zero a sete anos de escolaridade, a interação imediata que a TV proporciona seria um bom instrumento de comunicação e educação. Vamos ver o que acontece.

Bolha financeira
A bolha nem tinha estourado e já fazia vítimas. Fui chamado para uma entrevista para trabalhar na comunicação do terceiro setor de uma instituição financeira. Dias depois da entrevista, a bolha arrebenta e nem um muito obrigado...

A quebradeira nos mercados também vai tirar algum recurso financeiro da AIDS. Principalmente aqueles destinados à pesquisa de vacinas. E por falar em vacinas, em entrevista publicada dia 13 no jornal Folha de S.Paulo, o agora Nobel de Medicina Luc Montagnier se colocou contra a quebra de patentes de medicamentos. Segundo ele, as pesquisas de vacinas perderiam muitos recursos. Faltou dizer que a maioria dos recursos alocados em pesquisas de vacinas são estatais.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Artistas participam de campanha contra a sífilis

O terceiro sábado do mês de outubro foi consagrado, desde 2006, como o Dia Nacional de Combate à Sífilis. Em 2008 não será diferente e a data será marcada em 18 de outubro.

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) de grande incidência mundial. No Brasil não é diferente. Além da transmissão sexual, também pode ser passada da mãe infectada para o filho durante a gravidez ou no momento do parto (sífilis congênita).

O Centro de Educação Sexual - CEDUS, produziu no ano passado uma campanha de mídia composta por dois spots de vídeo e dois para rádio, com testemunhais de duas duplas de artistas globais sendo um deles com Camila Pitanga e Tony Ramos e o outro com o casal Glória Pires e Orlando Moraes.



Produzidos pela XBrasil, os vídeos agregam tom informativo e didático, não transferem para o telespectador a responsabilidade, mas traz o telespectador para o conceito de auto-cuidado.

Apesar de produzidos em 2007, vale a pena a divulgação, pois a sífilis, principalmente a congênita, ainda não foi erradicada e, como toda DST, abre uma porta importante para a transmissão do HIV.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Constituição Cidadã completa 20 anos

“Acredito que fizemos uma Constituição extremamente avançada. É bem possível que a principal razão disso tenha sido a participação popular, como jamais houve na história deste país. Eu lembro das milhares de pessoas que circulavam dentro da Câmara e do Congresso Nacional, fazendo reuniões com todos os líderes, entregando cartas e propostas, fazendo pressão. Conseguimos retratar na Constituição um pouco da cara do que a sociedade pensava naquele momento, sobretudo a sociedade organizada. Acho que isso foi extremamente importante para o país, porque ela está hoje balizando e garantindo que a gente tenha o maior período de democracia contínua no Brasil.”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, sobre os 20 anos da Constituição Cidadã de 1988; trecho de entrevista publicada em 5/10/2008 no jornal Folha de S.Paulo.