Pensando nisso, no último dia 6 de fevereiro, o Ministério da Saúde lançou, na vila olímpica da Estação Primeira de Mangueira, no Rio de Janeiro, a campanha de prevenção às DST/AIDS. Com cartazes, folhetos informativos, chamadas nas rádios e dois filmes para a TV, a mensagem deste ano foi dirigida a adolescentes de 13 a 19 anos. Nos últimos anos, a infecção por HIV vem crescendo entre meninos gays e meninas nesta faixa etária. O filme para gays tem uma tirada bem legal quando o rapaz puxa do bolso a camisinha e diz: “ah, é você?”. E a camisinha responde: “quem você pensou que fosse, sua identidade?” A frase serve, inclusive, para aqueles homens que fazem sexo com outros homens que não têm identidade homossexual. Muito boa.
Um terceiro filme foi feito para ser exibido após o Carnaval. Nele, a “camisinha” Luana Piovani, no criado-mudo do quarto de um sujeito que não consegue dormir porque transou sem proteção, aconselha às pessoas que também fizeram sexo sem proteção, que façam o teste de Aids. O filme fecha uma campanha bem elaborada, com textos diretos, sem preconceitos ou meias-verdades. Apenas duas coisas me incomodam. A primeira é que o teste não é de Aids, mas para detectar se a pessoa teve ou não contato com o HIV, por isso chamado teste anti-HIV. A segunda é que, apesar do teste ser oferecido sem custo nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) em todo o Brasil, ele não é gratuito. É pago com os nossos impostos. Assim como as propagandas que os governos fazem. Mas explicar isso não vem ao caso e a mensagem está correta porque não se deve pagar nada no posto público de saúde para fazer o teste.
Além disso, a campanha foi amplamente divulgada na TV, nas rádios, nas estações de embarque e desembarque de passageiros do metrô, em terminais de ônibus e em aeroportos. E a iniciativa do Ministério da Saúde de focar a campanha nas redes sociais da internet também foi uma grande tacada. Um único comentário é que a campanha não tinha nada de carnavalesca, ou seja, podia ser lançada e exibida em qualquer época do ano.
Um outro porém é a falta de grafismo nos cartazes. Se foram dirigidos às populações da faixa etária de 13 a 19 anos, devia ter mais grafismo, como a campanha francesa, pra lá de explícita, que está bombando na internet. Criado por Eric Holden e Rémi Noël para a ONG francesa AIDES, o filme mostra um pênis a procura de sexo num banheiro. E só consegue depois que uma garota lhe põe uma camisinha. É muito bom.
Para saber onde há um CTA na sua cidade, disque 0800 61 1997. A ligação é gratuita.