Michel Sidibé, diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e AIDS (Unaids), enviou mensagem a todos os principais meios de comunicação do mundo sobre o dia de hoje, que desde 1988 é celebrado como o Dia Mundial de luta contra a AIDS, em memória das vítimas da epidemia e em celebração à vida das pessoas que vivem com o vírus que provoca a doença.
Este dia simboliza também uma chamada para que toda a sociedade, que há 30 anos convive com a AIDS, se previna do HIV, vírus que provoca a síndrome de doenças e que anualmente tira a vida de pelo menos um milhão de pessoas em todo o mundo. O milhão de pessoas mortas por ano não é exagero. Apesar de todos os medicamentos disponíveis, menos da metade das pessoas que necessitam dos antivirais para manter a vida têm acesso a eles. Um outro fator é o diagnóstico tardio, quando as pessoas chegam doentes aos serviços de saúde, muitas vezes sem muito a ser feito.
Sob o título de "o ano em que o jogo mudou", Sidibé vislumbra o fim da epidemia, afirmando que 2011 está sendo "um ano de realizações, ações coletiva, resiliência e coragem". O diretor-executivo do Unaids está certo. É preciso muita coragem para encampar a luta contra o HIV e diariamente mostrar a face a uma sociedade que, longe de solidarizar-se com as pessoas acometidas pelo HIV, apenas as discriminam.
Confira abaixo a mensagem, na íntegra.
Michel Sidibé
Nunca antes na história da AIDS chegamos a um momento em que pudemos afirmar com convicção que o fim da AIDS está à vista.
Tem sido um ano de realizações, ações coletivas, resiliência e coragem. Apesar da crise econômica que tem esticado a resposta à AIDS aos limites, milhões de vidas vêm sendo salvas, à medida que os esforços de tratamento e prevenção do HIV continuam a mostrar resultados.
Os líderes mundiais fizeram novas promessas –ousadas, tangíveis e realistas. Agora essas promessas têm que ser cumpridas em cada país, cada comunidade e para cada pessoa necessitada.
Felizmente, os líderes estão afirmando que uma geração livre de AIDS é possível e que nenhuma criança deve nascer com HIV e nenhuma mãe deve morrer de AIDS.
O abismo entre o tratamento e a prevenção acabou. Agora tratamento é prevenção.
A divisão entre a saúde e a AIDS diminuiu, à medida que a AIDS sai do isolamento e entra em serviços integrados e holísticos de saúde. A resposta à AIDS abriu o caminho para um sistema de saúde centrado em pessoas, um sistema que valoriza e restabelece o respeito e a dignidade de cada indivíduo.
A divisão entre a saúde e a AIDS diminuiu, à medida que a AIDS sai do isolamento e entra em serviços integrados e holísticos de saúde. A resposta à AIDS abriu o caminho para um sistema de saúde centrado em pessoas, um sistema que valoriza e restabelece o respeito e a dignidade de cada indivíduo.
O caminho adiante é claro e podemos avançar em ritmo acelerado com investimentos inteligentes, aproveitando os avanços e as evidências científicas e respeitando os direitos humanos. É por isso que os líderes mundiais hão de financiar completamente a resposta à AIDS. A meta do investimento global de US$ 22 a 24 bilhões é uma responsabilidade compartilhada –de todos os países, financiadores e demais. Somente juntos podemos garantir o futuro e proporcionar benefícios maiores e de longo prazo.
Hoje, neste Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, chamo os líderes, as comunidades, os países, as pessoas vivendo com HIV e os jovens a olhar para o futuro e trabalhar por um mundo com Zero novas infecções por HIV, Zero discriminação e Zero mortes relacionadas à AIDS.
Michel Sidibé é diretor-executivo do Unaids e secretário-geral-adjunto das Nações Unidas.
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