segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

As campanhas brasileiras de prevenção à aids

Lançada ontem na Mangueira pelo ministro da Saúde, a campanha de prevenção às DST/aids para o carnaval 2008 (na imagem ao lado, cartaz produzido para mobiliário urbano) foi bem recebida pela sociedade civil organizada que, obviamente, pede mais ações nos outros 11 meses do ano. Alessandra Nilo, especialista em comunicação e saúde pelo International Health Programm da Universidade da Califórnia (EUA), disse à Agência de Notícias da Aids que a proposta de comunicação é interessante. Para ela, apesar da campanha não ter “nada de muito diferente”, agrega conceitos como “atitude” e “bom de cama”, cristalizados no inconsciente coletivo da população, além de introduzir o preservativo como “algo que dá prazer”.
De fato, desde a campanha do carnaval de 2006, que temos, no Grupo de Trabalho (GT) de Comunicação do PN-DST/Aids, insistido para que as campanhas de prevenção à aids não “vendam” a necessidade do uso do preservativo como se fosse um tênis, um novo modelo de automóvel, ou mesmo uma marca de cerveja. Também temos pedido que as campanhas de carnaval sigam a mesma linha da campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids.

A campanha do carnaval do ano passado seguiu o mesmo conceito da produzida para o dia mundial. A deste ano segue a mesma linha. Na peça de 1° de Dezembro do ano passado, o mote era a atitude na luta contra a aids. A deste carnaval segue a mesma linha e agrega o slogan “bom de cama é quem usa camisinha” (veja o filme aqui).
Obviamente que o trabalho no GT de Comunicação não é de uma pessoa, mas de representantes do governo, da sociedade civil organizada, de pessoas vivendo com HIV e aids, entre outras. E aqui vale ressaltar que o resultado desse trabalho é, mais do que ter ou não campanhas na rua, a efetiva participação popular, como preconizada pelos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda, que o Brasil é um dos poucos países do mundo que abandonou a estratégia do terrorismo publicitário (vide campanha com o slogan “aids mata!”) para inserir conceitos como direito, solidariedade, prevenção e cidadania.

3 comentários:

Ivens Reyner disse...

Eu concordo com essa linha de campanha, nada que vá pelo rumo de terrorismo dá certo, temos que mostrar a realidade, de uma forma consciente e sincera.
dentro das campanhas tanto do dia 1 quanto a de carnaval tem o Site www.qualsuaatitude.com.br
é um site super legal, eu ja conferi, tem até um blog para criarmos discussões de conscientização!!!

mamulengo disse...

Paulo é sempre um prazer saber de pessoas que trabalham, e trabalham bem, em favor de causas que tenham uma maior relevancia social, fico feliz em ver estes trabalhos. Estou pesquisando o terrorismos das campanhas anti DST/ AIDS desde os anos 80, caso você possua material que auxilie nesta minha pesquisa, ou meios para que possa angariálas eu muito lhe agradeceria.
MEu Nome é Antonio e sou estudante de publicidade em Fortaleza.

Paulo Giacomini disse...

Olá Antonio,
No portal de Aids do Ministério da Saúde (www.aids.gov.br) há duas formas de pesquisar as campanhas. Na coluna da esquerda, clique em 'DST e aids na mídia' e em seguida, em campanhas para acessar 36 documentos. Em http://www.aids.gov.br/mediacenter/ role a barra de rolagem para, ao clicar em campanhas, subpastas para carnaval, dia mundial, dst, hsh e prevenção.
Já no site do Grupo Pela Vidda/SP (www.aids.org.br, dá para encontrar um bom acervo clicando em 'banco de iec', na barra de links à esquerda.
Boa sorte e bom trabalho.