domingo, 22 de julho de 2012

Sharon Stone abre XIX Conferência Internacional de AIDS em Washington, DC; Obama não aparece

A atriz Sharon Stone, em foto Steve Shapiro/IAS
Vestida com um pretinho básico, mas com um reluzente colar de brilhantes, a atriz Sharon Stone abriu há pouco a AIDS 2012. Logo em seguida, entregou o prêmio Liz Taylor a dois ex-prisioneiros do Irã, pela luta deles pelos Direitos Humanos. Um vídeo com imagens de diversos momentos lembrou o envolvimento de Taylor contra a AIDS.

Depois de 22 anos, é a primeira vez que uma conferência de AIDS volta a ser realizada nos EUA. A próxima, em 2014, será em Melbourne, na Austrália. Mas, enquanto apenas inicia-se esta 19ª conferência internacional para a qual 10 mil resumos de trabalhos científicos ou de experiências exitosas foram submetidos, 20 mil delegados de 200 países são esperados além de 800 bolsistas, mais de dois mil jornalistas e 700 voluntários para 250 sessões, cerca de 300 atividades na Aldeia Global e de 150 sessões satélite que se iniciaram no meio da semana.

Segundo comunicado do Centro de Mídia de AIDS 2012, a conferência internacional volta a solo americano em um momento definitivo para a epidemia de AIDS nos EUA. Neste mais recente comunicado os números foram refeitos para 23 mil delegados de 195 países, o que não interessa muito, mas dá pra saber a dimensão de uma conferência deste porte. O objetivo final permanece o mesmo: dar fim à epidemia de AIDS que há mais de 30 anos já ceifou milhões de vidas em todo o mundo.

“Voltamos aos EUA depois de 22 anos, num momento de grande esperança, pois acreditamos na possibilidade de acabar com a AIDS”, disse Elly Katabira, presidente internacional de AIDS 2012 e da Sociedade Internacional de AIDS (IAS, na sigla em inglês, instituição organizadora das conferências de AIDS). Exultante, Katabira acredita, ainda, que esta conferência é uma excelente oportunidade para agradecer e mostrar ao povo norte-americano os milhões de vidas salvas graças à ajuda dos EUA na luta mundial contra a AIDS e nas pesquisas sobre o HIV.

A co-presidente norte-americana da conferência, Diane Havlir afirmou que houve um grande progresso sobre a epidemia nos últimos 30 anos, mas que não é possível permanecer assim. “Minha mensagem para todos os legisladores do mundo que estão em D.C. é que invistam em ciência, invistam na epidemia – vocês vão salvar vidas”, pediu Havlir.

Ela e Katabira pediram aos delegados presentes e aliados em todo o mundo que assinem a Declaração de Washington,D.C., que convoca à renovação da urgência e busca obter amplo apoio para poder acabar com a epidemia de AIDS.

“Nos 22 anos que se passaram desde que a conferência foi realizada em solo americano tivemos alguns êxitos esperados no campo da ciência e do tratamento”, disse Kathleen Sebelius, secretária norte-americana de Saúde e Serviços Humanos. “Mas este não é o momento de mudar o foco. Para alcançar nosso objetivo, que é chegar a uma geração sem AIDS, devemos fazer mais – para alcançar inclusive a mais pessoas, para que os programas sejam mais efetivos e responsáveis, para avançar ainda mais no campo da ciência.”

“Há um progresso sustentável na resposta à AIDS que acelera nosso caminho para chegar a zero transmissões por HIV”, afirmou Michel Sidibé, diretor executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). “A luta contra a AIDS tem mostrado o caminho para mudar o rumo. Temos a responsabilidade de assegurar que as lições apreendidas no campo da AIDS informem e melhorem nossos esforços para alcançar outros objetivos, sobretudo a erradicação da pobreza”, disse Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial.

Falaram, ainda, durante a abertura de AIDS 2012, Vincent Gray, prefeito de Washington, D.C., o secretário geral da ONU Ban Ki-moon (por mensagem e vídeo), a congressista norte-americana Barbara Lee, e o embaixador do Zimbábue Mark Dybul. A última conferência internacional de AIDS foi realizada em 1990 em San Francisco e foi proibida de ser realizada nos EUA por causa da restrição à entrada de pessoas infectadas pelo HIV ou doentes de AIDS no país. Apenas após a derrubada desta restrição, em 2010 é que a IAS permitiu a realização de uma nova conferência em solo norte-americano.

Participo de AIDS 2012 por indicação da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (RNP+ Brasil) para compor a delegação oficial brasileira, com recursos do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

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