sábado, 25 de julho de 2009

O lacinho vermelho

hoje sou só um lacinho vermelho
me rindo
me gozando
me bastando

hoje ainda sou um lacinho vermelho
de camisinha
te dizendo coisas sem sentido

hoje sou seu lacinho vermelho
sem camisinha

amanhã um lacinho vermelho
desbotado
esquecido


Simplesmente lindos os versos de Tetê no Com Camisinha.

2 comentários:

~*Rebeca*~ disse...

Adorei!!!

Seu blog é muito bacana e sua história um exemplo.

Final de semana de luz!

Rebeca

-

Anônimo disse...

Paulo,

não esperava que fosse encontrá-lo aqui...
o meu lacinho vermelho, de tão vermelho, quase vivo...


Uma história!

Trabalhar em dst/hiv/aids era sonho antigo, feito ideologia de vida... até que um dia surgiu a oportunidade e não a deixei fugir,
fiz das tripas o coração, investi em pessoas e em tecnologia, mas ainda faltava algo... o blog nasceu. A temática era a prevenção de DST/HIV/Aids, a informação e a quebra do preconceito, do estigma criado pela doença e a discriminação desavergonhada de quem gosta de falar o que não sabe.

Eu me diverti muito com o blog, fiz alguns amigos, conheci
pessoas (na rede) interessantes, inteligentes e sensíveis. E sempre que alguém me dizia que naquele feriado, ou por aqueles dias havia se lembrado de mim, porque na hora transa faltou a danada da camisinha e pensava logo a "Tê não vai gostar de saber disso!" e aí, parava tudo e comprava. E das vezes que recebi vídeos ou sugestões de posts sobre a camisinha... e tantos outros casos de amigos que sempre se lembravam da camisinha, do blog e da Tetê.

Mas aí,
um dia, eu achei de fazer diferente... havia uma necessidade (há ainda!!) urgente em mim de soltar a voz, de soltar sentimentos, de transparecer, nunca, aparecer! Só que eu não soube fazer isso direito, confundi
as coisas... me atrapalhei toda, e o espaço da prevenção foi caindo num imenso abismo.

E quanto mais ele caía, menos eu me
apercebia e mais eu caía junto...

Perdi o controle! Não uma, mas várias vezes, quando me deixei levar por meus próprios sentimentos.

Até que perdi o estímulo e por duas vezes cheguei a fechar a blog, reabrindo-o em seguida... sinais evidentes de cansaço. Perdi o foco. E cada dia perdia mais um pouquinho de mim também.

Se hoje alguém me perguntar o que vai ser do blog, eu digo com a maior naturalidade possível:
Não sei!
E não sei porque não sei mesmo. Porque posso ter crescido, mas não perdi (isso não!!) o direito de não saber o que fazer de minhas escolhas. E embora eu seja criticada, não faz diferença alguma pra mim,
porque minha consciência e meu sentimento está acima de tudo. E se posso escolher sobre o que quero e o que não quero pra mim e pra minha vida, eu escolho e faço dessa escolha a minha razão de vida. E quem quiser que critique, que fale... me é completamente indiferente.

Fato é que a Tetê se expôs e da pior maneira possível, transpareceu evidências, errado! Ela era um personagem e como tal, deveria ter tido sua vida pessoal preservada.

Aí está toda a diferença... Eu nunca soube lidar com isso, com a personagem, porque meu apelido é Tetê, pelo nome próprio ser Teresa e meus amigos e meus filhos me chamam de Tetê.

...


Agora meu lacinho está lá... perdido, desbotado,
de vermelho o sangue que escorre,
em luta que não venci,
em sentimentos que me venceram.



Mas como amanhã é novo dia, e dia
feito de esperança...
quem sabe?
É no momento tudo que posso dar,
que sei dar,
minhas perguntas...



Forte abraço.