Divulgada segunda-feira (02), a notícia dizia que 3 milhões de pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) em todo o mundo faziam uso de drogas anti-Aids em 2007. E que cerca de 1 milhão de pessoas iniciaram o tratamento no ano passado.
No dia seguinte, a Folha de S.Paulo deu nota na qual destacava que o Brasil tratou 80% das PVHA. Em O Estado de São Paulo: “Quase 70% dos soropositivos não têm acesso ao tratamento”. O Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, afirmava: “Brasil segue como exemplo no tratamento da Aids”. Demais órgãos da mídia foram na mesma direção. Destacamos a manchete da Veja On-line: “AIDS: 70% não têm tratamento”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), autores do informe, salientaram no documento que no final de 2007 aproximadamente 31% das PVHA que necessitavam da terapia antiretroviral (TAR) tinham acesso aos medicamentos. O que significa que dos 9,7 milhões de PVHA, faltam 6,7 milhões de acessos em todo o planeta.
A AIDS tem, paulatinamente, saído da agenda mundial de prioridades. Não erroneamente as questões do meio ambiente e dos alimentos têm tomado a pauta das discussões. Talvez tenhamos de voltar a escrever AIDS ao invés de aids, apenas para sugerir sua dimensão. Fica claro que o aumento no acesso à TAR se perde nos milhões de pessoas que não têm acesso ao medicamento.
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