sábado, 7 de março de 2009

Mulher, fêmea, feminina

Esperei por uma peça publicitária do Programa Nacional de DST/Aids em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da Presidência da República sobre a questão da saúde sexual e dos direitos reprodutivos das mulheres. Não rolou. Ou não consegui encontrar. Enfim, não achei.

Mas trago aqui duas coisas que transformo em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. A primeira é um vídeo com trecho de especial da Rita Lee nos anos 80, no qual ela canta “Cor de rosa choque”.



O outro, é nota assinada pela Dra. Mariângela Simão, diretora do Programa Nacional de DST/Aids, que reproduzo abaixo. Vale a pena ler.

Não se esqueça das mulheres que vivem com HIV
O dia 8 de março é um momento de reflexão sobre os direitos das mulheres. Este ano, o Programa Nacional de DST e Aids traz mais um importante tema para debate: a sexualidade das brasileiras que vivem com HIV. Existe na sociedade um senso comum de que a vida sexual e reprodutiva delas acaba após o diagnóstico da doença. É como se, ao receber o resultado positivo, fosse tirado dessas mulheres o seu direito de se relacionar e de ser mãe.

O preconceito é tão forte que se reflete até entre os formadores de opinião. No ano passado, um jornalista em Brasília afirmou em rede nacional que mulheres que sabem que têm aids não deveriam engravidar. A declaração mostra total desconhecimento sobre o tema, nega os avanços científicos nessa área e viola os direitos sexuais e reprodutivos, reconhecidos nacional e internacionalmente como direito humano.

As mulheres que vivem com HIV têm sim o direito de exercer a sua sexualidade e de ter os seus bebês, assim como qualquer outra mulher. O desejo de ter filhos não pode ser um tabu e deve ser discutido nos serviços de saúde. As mulheres precisam ter acesso às informações sobre as formas mais seguras de concepção, sobre os cuidados necessários durante a gestação, o parto e a vida do bebê. Os números mostram que, quando as medidas de prevenção de transmissão vertical são adotadas corretamente, as chances de a criança nascer soropositiva são menores que 1%.

As mulheres que vivem com HIV precisam decidir livremente e com responsabilidade sobre a reprodução. Além disso, mesmo que não desejem ser mães, elas têm o direito de exercer sua sexualidade sem preconceito ou discriminação.

O governo federal garante o tratamento universal para a aids e o acesso ao preservativo nos serviços de saúde. A camisinha contribui para a qualidade de vida dessa geração que convive com o vírus por muito mais tempo do que no início da epidemia. O seu uso é uma demonstração de autocuidado e de respeito com quem se ama.

O desejo do Programa Nacional de DST e Aids é que este Dia Internacional da Mulher seja especial para as brasileiras que vivem com HIV. Que elas possam renovar sonhos, exercendo sua cidadania.

Todos têm o direito de viver plenamente: homens e mulheres, soropositivos ou não.

Mariângela Simão
Diretora do Programa Nacional de DST e Aids

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