quarta-feira, 29 de julho de 2009

Saúde usa internet para prevenir a Aids

Twitter, redes sociais como Orkut e Facebook, divulgação maciça na internet. Esta é a estratégia do Ministério da Saúde para combater o HIV, vírus que provoca a Aids.

Em dezembro de 2007, uma das estratégias da campanha “Sua atitude tem muita força na luta contra a Aids” foi o lançamento de um blog, já tirado do ar. A campanha, que se propunha a sensibilizar pessoas da faixa etária dos 13 aos 24 anos, contava com outras estratégias de mídia além da veiculação de spots no rádio e de filmes publicitários na TV para atingir seus objetivos.

Desde a semana passada, o ministério vem trabalhando incansavelmente nas comunidades “Atitude contra a AIDS” no Orkut e no Facebook. ideia surgida a partir dos resultados da Pesquisa de Comportamento, Atitudes e Práticas 2008 (PCAP), que mostrou que 10,5% dos jovens já tiveram pelo menos um parceiro sexual que conheceram na internet.

“Antes as pessoas se relacionavam com seus vizinhos, amigos da escola, parceiros de trabalho, em círculos mais restritos. A internet abriu novas possibilidades de encontros”, afirmou a diretora do Departamento de DST e Aids, Mariângela Simão, quando da divulgação dos dados da PCAP.

O estudo sobre comportamento sexual mostrou que 61% dos jovens de 15 a 24 anos usaram camisinha na primeira relação sexual. Depois dela, porém, o uso cai – 50% das pessoas nessa faixa etária usam preservativo com os parceiros casuais. A redução mostra que, quando se estabelece uma relação de confiança entre os jovens, o preservativo deixa de ser prioridade. Por isso – afirma Mariângela Simão – é necessário usar novas formas de comunicação para tornar a mensagem sobre prevenção uma constante na vida do jovem.

Até duas semanas atrás, o ministério usava dois perfis distintos no Twitter. Um deles era exclusivo para divulgar dados e responder a dúvidas sobre a Gripe A, provocada pelo vírus H1N1. No outro perfil, a divulgação sobre o HIV, vírus que provoca a Aids. Os perfis foram unificados e o Ministério da Saúde pode ser acessado em um único no Twitter.

Cadastrados com perfil no Orkut podem acessar a comunidade “Atitude contra a Aids” aqui, que já tem 285 participantes. E no Facebook, aqui, com 313 fãs.

Além das comunidades no Orkut e no Facebook, estão previstos novos espaços direcionados para jovens no portal oficial do governo federal sobre Aids mantido na internet, além de uma atuação mais forte em páginas direcionadas a públicos específicos, como os gays.

sábado, 25 de julho de 2009

O lacinho vermelho

hoje sou só um lacinho vermelho
me rindo
me gozando
me bastando

hoje ainda sou um lacinho vermelho
de camisinha
te dizendo coisas sem sentido

hoje sou seu lacinho vermelho
sem camisinha

amanhã um lacinho vermelho
desbotado
esquecido


Simplesmente lindos os versos de Tetê no Com Camisinha.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Reality da Globo reflete preconceito social

Os meios de comunicação são muito engraçados, pra ser bem polite. Li na coluna 'Outro Canal', assinada pelo jornalista Daniel Castro, na Folha de S. Paulo, que a apresentação de 19 dos 20 candidatos que estarão na disputa pelo prêmio do reality show “No Limite 4”, da Rede Globo, foi atrasada. O motivo? Dos 19, “seis apresentaram problemas de saúde”, afirma o colunista. “Os exames realizados pela Globo revelaram que um deles tem HIV e que outro é cardíaco.”

Sabe o que é engraçado? É que no “Big Brother Brasil 9” uma das participantes tem diabetes. Inclusive, uma das broncas mais famosas do diretor do programa foi vista milhares de vezes no YouTube. Ana usava o alicate de unhas no pé de Naiá quando é ouvida a voz do diretor: “dona Ana Carolina, este é um aviso pra senhora e pra dona Naiá. Esse alicate não está esterilizado. A dona Naiá é diabética. Se esta merda inflamar, eu vou arrancar o seu braço. Então, para de brincar com o alicate”.

Quer dizer, a “emissora exige que os participantes de seus reality shows sejam saudáveis” para poder arrancar o braço deles. Ironias a parte, pode-se argumentar que “No Limite” é um reality no qual os participantes disputam prêmios em provas que exigem muito mais da resistência física do que o “Big Brother Brasil”, que é mais um jogo de estratégias de convivência.

O episódio revela que a Globo reflete o que acontece na sociedade: as empresas fazem o teste de HIV no exame médico admissional e editais de concursos proíbem o ingresso de soropositivos na carreira pública. Ambos são ilegais.

Assim como as empresas públicas ou privadas, a Globo não quer pessoas soropositivas em seu elenco. Mas, a próxima novela das 21h deve trazer, a exemplo de “Páginas da Vida”, depoimentos de pessoas portadoras de deficiência. Aí foram incluídas aquelas que adquiriram a deficiência pós-HIV. Parece que nós, pessoas que vivemos com Aids, somos incluídas apenas quando é para sensibilizar a sociedade. Na hora de nos ajudarem com acesso ao trabalho e a uma vida digna, não somos nada.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Correio brasileiro entra na luta contra a Aids

O Brasil será um dos primeiros países do mundo a começar uma campanha de prevenção à Aids pelos Correios. A informação, divulgada na manhã desta terça-feira, é do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).


É cada vez maior a necessidade de informação sobre HIV/AIDS para toda a população. Ontem mesmo, no Twitter, um jovem brasileiro relacionou os sintomas da Aids àqueles que têm pessoas que, depois de anos sem comer carne, voltam a consumi-la.

Os cartazes, em pdf, estão disponíveis no site do UNAIDS. A campanha é uma iniciativa da União Postal Universal (UPU), do UNAIDS, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e UNI Global. Ainda que os cartazes tenham sido elaborados em português de Portugal, antes mesmo deles serem afixados nas agências brasileiras dos Correios, os textos devem passar por uma pequena reformulação.

Com o slogan “o Correio se preocupa com você. Proteja a si mesmo – use preservativo”, a iniciativa pretende colaborar para os objetivos do milênio, vai dispor cartazes primeiramente nas agências dos correios do Brasil, Burquina Fazo, Camarões, China, Estônia, Mali e Nigéria.

P.S. às 17h36: O escritório do UNAIDS no Brasil informa que a versão brasileira da campanha será lançada em agosto e que irá além dos cartazes para serem afixados nas agências dos Correios. Assim, mais do que uma simples readequação do texto, a campanha para o Brasil deve ser completamente reformulada.

domingo, 5 de julho de 2009

Estado é corresponsável por atentado a bomba pós Parada Gay

O jornal Folha de São Paulo traz a informação que a cidade, uma das quatro mais populosas do planeta, possui uma câmera para cada 16 habitantes. A matéria foi reproduzida na Folha Online. Segundo a reportagem, os dados “conservadores” são da Abese, associação das empresas de segurança eletrônica. “No momento em que sai de casa, todo mundo já passa a ser gravado. Tudo é possível de ser monitorado”, disse a presidente da entidade Selma Migliori ao repórter.

Pode ser. Mas, se pelo menos uma dessas câmeras, instalada há mais de um ano, estivesse em funcionamento, o atentado a bomba que sofreram participantes da 13ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo – a maior do mundo – teria sido registrado. A câmera instalada e ainda não ligada está bem na esquina do Largo do Arouche com a avenida Vieira de Carvalho, a menos de dez metros de um trailer policial e a poucos metros de onde ocorreu o atentado.

Obviamente que o poder público municipal tem, por inércia e omissão, responsabilidade no atentado, uma vez que, se estivesse em funcionamento, seria infinitamente mais fácil identificar se a bomba foi ou não atirada do edifício do qual se julga ter sido atirado o projétil caseiro. Esta e outras informações já são de conhecimento da polícia, que para não atrapalhar as investigações, ainda não as divulgou.

Homenagem
Dia 2 de junho passado fui homenageado, ao lado de Lula Ramirez e Denise Coelho, em sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo, por termos iniciado as articulações que deram início à maior Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) do mundo. A íntegra da homenagem, texto da amiga e antropóloga Regina Facchini, pode ser lido no portal da Fundação Perseu Abramo.

Proposta pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a homenagem em sessão solene me deixou muito feliz. Mas, como disse no meu agradecimento, ainda falta muito para que nós, lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, possamos ser tratados pelo Estado e pela população como cidadãos, consumidores e contribuintes. Afinal, parte da homo e transfobia que assola a sociedade brasileira é que deixa vulneráveis a agressões, mortes e à infecção pelo HIV.

Desculpas
Estive estudando para uma prova que prestei no último dia 29 de junho. Tento entrar em um mestrado. Este foi o principal motivo pelo qual não atualizei o blog no mês passado. Por isso, peço desculpas a leitores e leitoras.